A Primeira Guerra Mundial trouxe profundas mudan?as à arte militar. Adotaram-se novos tipos de armamento e novos métodos de combate. Desapareceram as linhas de atiradores e surgiu a organiza??o da infantaria em grupos de combate, que atuavam como arma coletiva de grande cadência de tiro. A introdu??o dos blindados, dos gases de combate e da avia??o militar revolucionou completamente as características do campo de batalha. O emprego dos servi?os em campanha, permitindo apoiar em períodos prolongados grandes efetivos que consumiam muni??o e outros suprimentos em escala nunca vista; a organiza??o do terreno nas frentes estabilizadas e as novas técnicas de estado-maior – tudo isso tornava obsoletos os exércitos anteriores ao grande conflito.
2 A. Q% r: }, n G7 y7 x7 l! LO Brasil, mesmo antes de terminada a Primeira Guerra Mundial, percebeu o significado da moderniza??o de seu Exército. Muito se discutiu sobre a conveniência da vinda de uma miss?o de técnicos militares europeus para promover essa remodela??o.) l+ |9 G1 T( t
No governo Delfim Moreira, sendo Ministro da Guerra o General Alberto Cardoso de Aguiar, resolveu-se contratar uma Miss?o Militar Francesa. A decis?o quanto à nacionalidade da miss?o explica-se facilmente: o Exército francês fora vitorioso na guerra, tendo alguns elementos do Exército brasileiro lutado junto com os franceses; além disso, os la?os culturais do Brasil eram muito mais fortes com a Fran?a do que com qualquer outro país.
- x+ q" c0 `. z; L. S j3 L# j: sA miss?o chegou ao Brasil em 1920; era chefiada por um general e integrada por mais de 20 oficiais. Forneceu instrutores para a Escola de Estado-Maior, Escola de Aperfei?oamento de Oficiais, a Escola de Avia??o Militar, o Curso de Oficiais Intendentes, o Curso de Saúde e Veterinária e o Curso de Equita??o.
# R* w9 l' ]0 s6 DNo início a Escola Militar n?o recebeu nenhum instrutor francês; posteriormente foi designado um oficial superior, como subdiretor de ensino militar. + p# y5 X: H, q" a% Z, X) C
A Miss?o iniciou os trabalhos com visitas aos comandos e corpos de tropa das guarni??es do Rio de Janeiro e do sul do país; os novos cursos, Escolas de Estado-Maior e Aperfei?oamento, sob a orienta??o dos instrutores franceses, iniciaram-se em 7 e 8 de abril de 1920, com a presen?a do Presidente da República, Dr. Epitácio Pessoa, e do Ministro da Guerra, Dr. Jo?o Pandiá Calógeras. ! r$ j8 E+ P* H, u* h1 j
O primeiro chefe da Miss?o foi o General Maurice Gamelin, possuidor de notável talento militar e que se destacara na Primeira Guerra Mundial como chefe da 3a Se??o do Estado-Maior do General Joseph Joffre e como comandante de divis?o de infantaria no final da campanha.; ~9 w3 ^; J* P, ^, @
Com a chegada desses categorizados militares tomou novo impulso a instru??o no Exército. Já em 1922 realizou-se uma grande manobra militar em Saic?, no Rio Grande do Sul. Iniciou-se também um processo seletivo mais rigoroso na forma??o dos chefes militares e uma eleva??o do nível cultural dos oficiais, com excelentes repercuss?es. ' k$ P! s+ I% @9 x- ~$ \
Durante 20 anos, de 1920 a 1940, a Miss?o trabalhou junto a nosso Exército, implantando um novo método de raciocínio para a solu??o de quest?es táticas e para o estudo de problemas militares. Em 1927, foi criado o Conselho de Defesa Nacional, objetivando o planejamento da mobiliza??o nacional para a defesa. Deixou numerosa bibliografia e desenvolveu entre a oficialidade brasileira o gosto pelo estudo de assuntos militares, conseqüentemente contribuindo para o desenvolvimento do pensamento militar brasileiro. ! M! Q. H, f7 x5 W
Outros chefes de miss?o, sucessores de Gamelin, foram os generais Cofec, Spire, Hutzinger, Paul No?l e Lavallade. Entre os coronéis franceses que se distinguiram pelos seus trabalhos podem ser citados Derougemont, Baudouin, Corbé e Jeaunneaud: este último prestou assistência no setor de avia??o militar. |